A mulher metáfora
Uma mulher me desúne
De mim para a vida:
Um amor de costume
A deixava sortida...
Mas o vento soprou
E a mulher que eu amava
Deixou de ser o que era e passou,
Mas uma mágoa se profundava...
Porém eu ainda vejo ela passar,
Como um perfume que ficou no tempo,
Vejo ela a contemplar
Meu poético encanto...
Então descubro que ela não existia:
Era doce encanto duma musa,
Mulher assim não havia,
Mas o fenômeno que se usa...
Qual derretente chama de amor,
A musa para mim não passou,
Mas, ao redor, não mais a vi, e a dor
Ficou, no seu lugar, e existiu...
Porém, a metáfora que a névoa embaça
Não deixou de me dizer
Que ela era uma ninfa, uma fada,
Que é sereia de não se ver...
Então voltei-me ao mar e cantei esta canção:
Não quero um conto de fadas,
Mas esta pobre ilusão,
Pois, neste poema, estás revelada...