REBELDIA

Eu sei que o seu amor não é p'ra mim,

mas amo você, um amor feito de Verdade

que é a Rebeldia da Razão, e morto

de amor e de futuro, desfaço-me no som odorizado

do arrebol aberto em pétalas e fogo,

e sabendo amar-te além da esperança, mulher ( a esperança )

que ao lado meu deita no túmulo, sorrio borboletas,

imaginando farmacoloucuras.

Inquieto, vejo música subindo do odor dos jasmins

e permaneço morto, porém atento,

usufruindo, espantoso! o sabor da luz,

sim, bebo goles espumantes

de luz, amiga cujo amor inspirado é doçura e festa,

ouçamos juntos as sinfonias lunares criando estranhos vegetais,

a voz do mármore desliza nas pétalas perfeitas das flores oníricas

para a nudez dos anjos borbulhar o êxtase dourado dos recéns,

quando alheios à Ordem e ao Mistério

camundog's guardam sucatas lunares

para o enriquecimento de duendes e gnomos

ecorrebelados.

Sim, venha, cubra-me com as rosas infecundas

do amor negado ou esperançoso ou verdadeiro,

foi o dia da minha morte inaugurado pelos festejos

d'um sol vermelho coberto com as pompas

das dinastias funébrias