Entardecer

Na tarde morna, pelo céu em festa,

Perpassa um grito, que se perde longe...

Há mil perfumes de tomilho e giesta,

E o monte enverga seu burel de monge.

Uma após outra, as irmãs estrelas

Abrem, muito alto, como olhitos piscos,...

Bailam cantigas, pelo ar, singelas,

e o gado manso, torna aos seus apriscos.

Pela janela francamente aberta

Coam-se vozes _ rezas de humildades _

Descem perfumes de malvaísco em flor...

Mas tudo cala (só o amor desperta),

Quando na torre batem as Trindades...

Hora divina de saudade e amor!...

J. de Castro
Enviado por Carlos D Martins em 31/07/2015
Código do texto: T5330148
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