A MUSA DO COQUEIRAL

A MUSA DO COQUEIRAL
Jorge Linhaça

Foi no ocaso, em noite de fantasia
que a vi, diante do coqueiral,
qual afrodite recém concebida,
das espumas do mar saída
como um ser assim divinal,
encarnação de minha utopia.

Seu corpo moreno doirado,
sua boca de lábios provocantes,
os mamilos turgidos, aparentes,
me fizeram pousar finalmente
no seu ar de sacerdotiza bacante,
já totalmente hipnotizado

Minha musa do coqueiral :
jamais ouvi o som de tua voz,
não tive coragem para tal,
-ó timidez minha cruel algoz-
vives apenas em meu ideal,
jamais fomos, tu e eu, nós.