O AMOR PRIMEIRO

Então o amor chegou e que doçura!...

Enchendo o coração e por inteiro!...

E à infante e tão pequena criatura;

chegou um amor tão puro, o amor primeiro!...

Criança, o que tenho a te dizer, guarda;

são meus anseios, ao coração recolhe-os...

Chegaste sem que estivesse eu à guarda,

e entraste pelas retinas dos meus olhos!...

Me diz que sim, e eu mais que ansioso

irei e irei como ao doce uma criança vai...

Pedir irei tua mão, pra ser teu esposo;

me diz que sim e correndo vou ao teu pai!...

Dormir juntinhos, teremos o direito;

e de fazer aquelas coisas que entre gemidos e ais;

ao apagar das luzes, no leito

entre sussurros fazem nossos pais!...

Grandes anseios tenho eu, e não reprimidos;

vontade que mais e mais o meu coração tumultua...

Antes que teu pai diga sim; vem e escondidos;

me deixa enfim beijar a boca tua!...

E assim, escondidos (criança) o teu temor

de que flagrados sejamos pelo teu pai, repele...

Pois é isto que nos faz sentir, o amor:

desejo do contato pele à pele!...

Me diz que sim, e eu mais que ansioso

irei e irei como ao doce uma criança vai...

Não temas, pois motivos pra ficar conosco furioso

do que escondidos fizemos, não tem teu pai!...

(GERALDO COELHO ZACARIAS)

Coelho Zacarias
Enviado por Coelho Zacarias em 25/07/2015
Código do texto: T5323230
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