AO DESAPARECER DA AURORA

A Alguém que poderá ou não ser especial…

Poema baseado em algumas fotos do nascer/declinar do dia de algumas queridas amigas minhas e que são só por si pura, enorme poesia, porque o nascer e o pôr do sol encerra em si uma magia que desde sempre me fascinou e há-de fascinar até ao meu último suspiro, o meu último poema

AO DESAPARECER DA AURORA

Hei-de erguer a minha sagrada religião

Na qual és uma Vestal de tempos antigos bem modernos

És parte da sua razão

Ao desaparecer da Aurora

Acenderei em Tua honra a maior das fogueiras

Que projecta a minha sombra

Dando a ideia de estares à minha beira

Ao desaparecer da Aurora

Mandarei para o nosso eterno infinito

As faúlhas de um fogo

Que só contigo é divino

Ao desaparecer da Aurora

Irei amar-te por horas sem fim

Horas sem sono

Porque dele e apenas dele sou o meu dono

Já que o meu coração tem perpétua inquilina

Dado desde sempre tu por cá habitas

E nessa conjunção estranha onde se misturam os beijos

E secretos e inaudíveis desejos

Faço o teu desenho

Sempre a sorrir

No lusco-fusco de enganos

Pois hora se põe, ora nasce o sol

Se passam assim milénios

Ou se passa um ano

Eu ergo o meu eterno Reino dos Céus

Onde sou ao mesmo tempo servo e Rei

Mas tu tens sempre o lugar de Rainha

Os sonhos são por onde nos amamos

Os sonhos são o lugar onde tu és minha

Mas bem acordado e sempre vigilante

Pois o amor em mim é um lugar comum

Fundamental

É da Vida

O que tenho e o que irei levar de mais importante

Ao desaparecer da Aurora