Negros Olhos...

Tão saboroso seus encantos masculinos, marcantes, manchando os passos por onde caminha pelos horizontes de nossas almas.

Horizontes milhares que rodeiam minha alma

Confusos pensamentos pairam no instante que te olho, medo de teus olhos, medo de me perder neles... Então corro, corro na velocidade de um bater de asas marcando no tempo aqueles olhos que temo tanto pelo mal que possa causar...

Arde, queima, ferve e se desfaz dentro de mim em um turbilhão de sentimentos secretos, que jamais foram ditos e ao pensar fujo.

Fujo dos pensamentos, fujo de meu benquerer, fujo da noite que não fiquei acordada olhando para nós.

E tudo que um dia pensei que fosse amor... Se apaga quando seus olhos encontram os meus e o tremor de minhas pernas se torna infinito por dias e noites mau dormidas... Aquele fogo que teima a não me deixar, sufoca minha alma...

Falta-me o ar...

Então vejo-me cercada de crianças que gosto de brincar e o tempo se passa sem a saudade lembrar, até a noite chegar...

Noite impossível de acalmar meus nervos...

Noite terrível por meus sonhos dominar... Noite onde leva-me para outra dimensão onde nela não há culpa nem medo...

Só existe seus olhos e minha paixão por você, explicita.

Porque esse mundo que gira não pode ter cor, tudo negro me toma, todo o escuro do mundo está nesse quarto, nesse tempo, nessa era, nesse momento... Nesse negros olhos...

E as rosas vermelhas que tanto amo, não se faz cor em minha cama de vidros quebrados...

E o tempo não passa, as imagens não saem da minha mente, aquele olhos negros, tão escuro que me perdi...

Eu sei que vou conseguir olhar as estrelas novamente sem sentir esse vazio fazendo eco constante dentro do peito trancado.

Lamento por um sentimento tumultuado... Mas só sei ser assim...

Sou como o fogo que queima ou como gelo que também teima a queimar.

E isso dói... Dói passar por vidas incompleta, procurando aqueles olhos que só você tem, sem poder tocar...

Escolhemos nossos caminhos, mas não os sentimentos que deixo em cada lugar da casa em gaiolas presos, para se calar...

E pouco a pouco minha alma se mancha com os floretes a apunhalar cada movimento ou pensamento, punindo-me dia pôs dia...

E volto no silêncio, volto no tempo e vejo que sempre foi assim e sempre será.

Essa alma presa nesse corpo pelos sete horizontes, submersa naquele olhar...

Onde sua asa não pode-me alcançar...

Isabela Afrodite
Enviado por Isabela Afrodite em 23/07/2015
Código do texto: T5321411
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