SAUDADE
Engulo a saudade com goles de vinho seco.
Dói saber que não mais posso te ter.
Parte de mim se conforma ,
A outra enlouquece...
Inquieta alma que se afoga no charco da dor, soluços de angústia...
Por que amor, acabou de nascer, já insiste em morrer?
Chegada intranquila...
Nem bem se acomoda , desenha a partida.
Por que não fica? Há tempo de sobra... Respira... Sossegue em meu peito, meu corpo ainda te quer.
Não vá! Há tempo pra amar...
É cedo, não se despeça.
Há tempo pra ficar...
Os copos ainda estão cheios, desejos ainda transbordam, seque a bebida...
Não siga com o vento, há tempo de voltar.
Volte! Cure a ferida corroída de lágrima e sal.
Estanque a sangria em ebulição.
Alimente generosamente esta desvairada paixão.
Volte! O tempo não acabou...
Metade de mim silencia.
A outra grita pra afugentar a solidão...