Sapato velho!
Encostado em um canto,
Sozinho e abandonado,
O sapato por enquanto,
Só vivia aprisionado.
Ele não era mais um par,
Por que o outro um dia,
Decidiu se mandar.
Lamentava noite e dia,
A ausência de uma companhia,
Chorava pelo cadarço fino,
Esperando tristemente o seu destino.
Até que para sua surpresa,
Sua caixa foi colocada sobre a mesa,
Então calou seu choro em uma toalha;
Depois que avistou uma linda sandália.
Tão linda e tão diferente,
Tão perdida e tão inocente,
Que decidiu se aproximar,
"Olá, tudo bem? Poderia me amarrar?"
O tempo passou;
O sapato se apaixonou;
E amarrado ele ficou.
Improvável? Sim,
Impossível? Não,
Pois, importante mesmo,
É o que sente o coração.
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