Inevitáveis destinos
Na madrugada insone
me deixo ensurdecer
perante as vozes mudas
das palavras
os vapores d´água
abrigam-se em árvores
nesta rua monótona, vazia
o vento se torna um afago
o caminho de rio suspenso,
mansamente sagrado.
O asfalto é pobre
mas o pensamento inundado de ti
enobrece a alma
e torna a estrada invencível.
Onde estaria eu para perder-te?
o quanto de amor não percebemos
e o quão envelhecemos
perante os inevitáveis destinos
dos mesmos?
* Poema feito a partir das palavras (carta) de um amigo, Pablito.