FREUD, SOCORRO!
 
Não queira interpretar o que lhe digo,
Porque o novo, lá atrás, com o antigo,
Há muito tempo, já se  misturou...
Minha história – ou drama – teve início,
Quando uma mulher, parteira por ofício,
Nosso cordão, sem piedade, ela cortou.
 
Naquele momento atroz do abandono,
Quando perdido, e já sem dono,
Não assumi, em verdade, o que era meu...
Onde estava a mãe, que não me queria,
Que deixou cortar, com lâmina fria,
O cordão, que nos ligava, e não era seu?
 
Foi quando entrei no mundo, apavorado,
Por minha própria mãe, abandonado,
Procurando alguém para me adotar...
Nessa louca procura, incessante,
Que não teve trégua, nem por um instante,
Foi que a encontrei, para me adotar!