CIÚMES DOENTIL

O ciúme vê com lentes, que fazem grandes as coisas pequenas,

gigantes os anões, verdades as suspeitas.

Camilo Castelo Branco

Faço caras e bocas tentando disfarçar...

Meu ciúme doentio de morrer e matar.

Quero-te por inteiro!

Corpo... Alma... Pensamento... Inspiração.

Quero ser selo em teu coração.

A imaginação é uma suíte!

Vejo velas, incenso, penumbra...

Em uma antiga vitrola toca música romântica.

Sinto o aroma do tinto vinho.

E só de pensar!

Que com outra te deleitas em lençóis de cetim...

Ataca-me a sinusite e todos os ites doem em mim.

Eu perco o senso, enlouqueço e faço o maior bafafá.

Tô nem aí! Não quero nem pensar!

Chega mais! Venha cá! Vamos bater um papo reto.

Colocar um ponto nas reticências...

De uma vez por todas que fique esclarecido.

Eu estou de olhos bem abertos! Esperta!

Bem acordada nas tuas madrugadas.

Chega de lero-lero! Que fique bem claro!

No fundo de tua íris quero enxergar...

Meus campos de lavandas.

Nas águas de meu lagos te ver banhar.

E minha alcova será a única a deitares.

Serei eu a tua estrela noturna e diária.