Divina estranheza
Sou o instante que perco
entre um sorriso e meio sorriso.
Não preciso mais me explicar,
sou sempre intervalo!
Sou linhas e linhas sem explicação
e um intervalo só.
Penso.
Tolo sou!
Não posso pensar em terra
de quem faz algazarras!
Ser instante dói
e pensar crucifica a alma,
recolhe dores e forma
uma capa estranha
que chamo de divina estranheza!
Quero ser flor no deserto
bem melhor morrer de sede
do que morrer de amor!