Espíritos amantes
Os espíritos dos amantes,
outrora, agora, e como dantes,
encontram-se na madrugada calma,
unindo anseios ternos e enlevados.
Olhando o céu, procurando estrelas,
no prazer ditoso de vê-las, tentando romper
os liames que os prendem à vida normal, buscando,
dentro de suas lembranças faltas veniais, descuidos,
coisas sem importância, para arquitetar com essas
insignificâncias uma história incoerente, dramática.
São humanas e sonhadoras criaturas
presas à Terra, como provação e tortura,
vislumbram luzes cadentes em tudo.
Imaginam astros nascentes...
contudo, é o eflúvio amoroso,
que se distribui generoso por
suas auras esplendorosas.
Desse amor eternizado,
profundo e idealizado,
nascido deste entrelaço,
do fraternal e delicioso abraço,
de duas almas unidas e amantes,
etereamente, felizes e flutuantes
na seiva doce de suas sobrevidas...
surge a renovação na esperada fé.