MEU FUNERAL
 
Estava, eu lá, dentro da capela,
Onde meu corpo, no caixão e vela,
Fora preparado para o funeral.
Alguns amigos, contavam animados,
Uns casos dos tempos passados...
Onde estava meu epitáfio, afinal?
 
Cheguei ao lado, para ver de perto,
Se haviam me arrumado certo,
E vi flores que me causavam alergia...
Previdente, tinha deixado, em pedido,
Mas não se lembraram, não fui atendido,
Puseram as flores, e não leram a poesia...
 
Eu, ali, bem perto, do corpo enfeitado,
Comecei a me coçar, nauseado,
Com a garganta, pelo cheiro, a reclamar.
De repente, um espirro, e alguém gritou:
- Foi o morto quem espirrou!
E dessa ainda, eu pude escapar!