Guerreiro

Ganhei a terra que vi primeiro

e queimei no templo da cidade o meu incenso

a lisura da alma, a suavidade, o amor.

Só depois me tomaste

como quem invade a solidão.

Havia o barulho da liberdade nas frestas do cio

e já não éramos a noite nem o frio

na tormenta que ardia nos excessos.

Morri contigo neste lugar escuro

em que só nós fomos luz, carne, monturo.

As pedras que não atiro

chamam mais silêncio a esta paz

gritar ou calar tanto faz

porque entre ti e a morte o tempo é de ferro.

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 16/07/2015
Código do texto: T5313288
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.