Guerreiro
Ganhei a terra que vi primeiro
e queimei no templo da cidade o meu incenso
a lisura da alma, a suavidade, o amor.
Só depois me tomaste
como quem invade a solidão.
Havia o barulho da liberdade nas frestas do cio
e já não éramos a noite nem o frio
na tormenta que ardia nos excessos.
Morri contigo neste lugar escuro
em que só nós fomos luz, carne, monturo.
As pedras que não atiro
chamam mais silêncio a esta paz
gritar ou calar tanto faz
porque entre ti e a morte o tempo é de ferro.