REFLEXO
Teço mil lamentos à tarde que morre...
Nunca me socorre, seu olhar de luz,
que me encaminha para o paraíso...
Viver nem preciso, se viveis distante...
Como hei de viver sem o seu abraço?
Folha sem destino, a vagar ao vento
o meu pensamento indo ao teu encalço...
Amor que eu esmolo, rouba o meu silêncio,
horizonte e riso, a paz que já tive,
outrora contigo, em idílios tantos...
Hoje o desencanto, vazio que há,
tornam-me fantoche com sua ironia...
E embora o disfarce, na face de um Jó,
triste o meu reflexo nesta poesia.