REFLEXO

Teço mil lamentos à tarde que morre...

Nunca me socorre, seu olhar de luz,

que me encaminha para o paraíso...

Viver nem preciso, se viveis distante...

Como hei de viver sem o seu abraço?

Folha sem destino, a vagar ao vento

o meu pensamento indo ao teu encalço...

Amor que eu esmolo, rouba o meu silêncio,

horizonte e riso, a paz que já tive,

outrora contigo, em idílios tantos...

Hoje o desencanto, vazio que há,

tornam-me fantoche com sua ironia...

E embora o disfarce, na face de um Jó,

triste o meu reflexo nesta poesia.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 12/07/2015
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