um descrepuscular em poesia

qem nos dera

se todas as quimeras

fossem todas primaveras

transbordassem das auroras

como um manto sobre o inverno

quem nos fosse

se aos todos os pudesses

em todo drama se antevisses

se faz dele o que prouvesses

como um mantra sobre o eterno

quem nos chama

se na escuridão reclamas

o tato gélido das damas

sem o cordial calor nas chamas

como um anjo foste ao inferno

quem nos ama

se no poder proclamas

se num vigiar reprimas

ser o amor que vive alfamas

como nunca descrepuscular interno

quem nos une

se na união que pune

se o ciúme faz o impune

na acidez corrói imune

como se alimentasse o subalterno

quem nos urros

se não desnuda os obscuros

se ao revés dos nascituros

somos um dentro dos muros

como um não passarinhar alterno

quem nos ramos

se em coroa de espinhos vamos

se na mala um mundo de reclamos

somos água em ruas de paralelogramos

como um mágico escorregar no eterno

~.~.~.~

no descrepuscular em poesia

o ser da poesia quando ama

não são amanheceres, nem auroras

mas, um redescobri-se em vida

só pode ser qual renascer em poesia

como uma moça bonita que se re-encanta

quando sussurra e canta se retira ao sério

se fala ao sério num desnudar palavras

nenhum termo que não deslize aos braços

se ama, ama o livre e cuida tanto que o liberta

se o condenas, o condena em tua liberdade

se tem um fim, será sempre junto ao recomeço

se ama amar e de tanto amar a dor ser poesia

descrepuscular-se é para não morrer em vida

~.~.~

http://youtu.be/Slmld3h1JiY

Quase memória - Instrumental [Chico Buarque e Edu Lobo]

"Passava os dias ali, quieto, no meio da coisas miúdas e me encantei"[Manoel de Barros]

http://interludioepoesias.blogspot.com.br/2014/07/um-descrepuscular-em-poesia.html

neanther thals
Enviado por neanther thals em 11/07/2015
Reeditado em 15/01/2016
Código do texto: T5307915
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