ABANDONO
Este amor louco com unhas afiadas agarra,
Tropeça nas lembranças e solta suspiro doído,
Amarga a saída do amor com abraço sofrido,
Resvala uma lágrima que do peito desgarra.
Dor lascinante que rasga persiste não para,
Recorre às memórias pra entender o abandono,
Insiste na ráias das culpas sem dono,
Se envolve em momentos do afago que sara.
Luz do Sol esquenta e o sal da terra tempera,
Aproveita o aconchego do dia e a noite a carícia,
Água corrente que lava o coração malícia,
Acredita na volta e paciente espera.
Já sabe das culpas e bebe o amargo,
Por que só agora seu erro percebe,
Um grito sangrento que o ar recebe,
Oxalá bem em tempo dissipe este embargo.