Chuva

Eu fico aqui olhando abismado,

A chuva em teu corpo escorregar pelo chão

Formando no asfalto pocinhas brilhantes

Num gotejar sonoro de muita emoção.

É como o amor dando ritmos aos sentidos,

Vigor as palavras, mais sabor ao fruto...

Se fazendo tão doce, nesses dias quentes de verão.

E com o cair de quem facilmente flutua

Vai fecundando a terra tão meiga e porosa

De ramos e de rosas

Com águas só suas.

Ah! Como eu me derreto!

Diante dessa chuva que me faz tão contente,

E, num movimento circular se espraia os pingos...

Envolvendo-me assim tão de repente.