GIRASSOL
GIRASSOL
Cata-vento corre o tempo...
Girassol no campo,
Passageiro temporário da
Paisagem,
Definha, baixa a cabeça,
Vencido.
Desfaz-se a magia da breve
Passagem.
Quis montar uma história,
Livros, escrever versos,
Soneto, perdeu-se nos
Alexandrinos.
Acabou por optar pela tinta,
Aquarela fina...Usou cor
Primária.
Restou uma obra inacabada,
Riscos, manchas, pinceladas.
Nada!
Certo vazio percorria-lhe
A alma.
Os desafios já não o excitavam,
Nem mesmo a afiada lâmina
De uma navalha,
Interferiria em sua apatia.
Foi-se com seus sapatos de
Saltos finos,
Equilibrando um sorriso
Egoísta e o peso de seus
Cabelos lisos,
Aquela que o poeta pensou
Ser a razão de sua inspiração.
Jundiaí, 27/12/06