GIRASSOL

GIRASSOL

Cata-vento corre o tempo...

Girassol no campo,

Passageiro temporário da

Paisagem,

Definha, baixa a cabeça,

Vencido.

Desfaz-se a magia da breve

Passagem.

Quis montar uma história,

Livros, escrever versos,

Soneto, perdeu-se nos

Alexandrinos.

Acabou por optar pela tinta,

Aquarela fina...Usou cor

Primária.

Restou uma obra inacabada,

Riscos, manchas, pinceladas.

Nada!

Certo vazio percorria-lhe

A alma.

Os desafios já não o excitavam,

Nem mesmo a afiada lâmina

De uma navalha,

Interferiria em sua apatia.

Foi-se com seus sapatos de

Saltos finos,

Equilibrando um sorriso

Egoísta e o peso de seus

Cabelos lisos,

Aquela que o poeta pensou

Ser a razão de sua inspiração.

Jundiaí, 27/12/06

Tânia Mara Camargo
Enviado por Tânia Mara Camargo em 17/06/2007
Código do texto: T530682