Eu amo
Amei, primeiro,
o amor!
A ideia, o ideal!
Ah! O amor! A beleza, o sonho,
a fantasia, a ilusão...
E penei, catando quimeras
espalhadas ao vento,
diante da falta, do engano,
da desilusão, da queda feia.
Até que, de repente,
parei de me ver
e vi o outro!
Então conheci o amor...
Quando este outro, fora de mim,
mobilizou a potência amorosa
que habita dentro de mim!
Então amei de verdade!
Não mais o conceito
Mas algo concreto!
Ah!
Este que vejo,
que sinto
que me toca
e faz demandas!
É este que eu amo!
Este que me ensina
amar: em partes
e incondicionalmente!
Não sou mais
ser errante,
mendigo
de atenção,
de favores,
de significantes
de vida!
Agora tenho pernas,
forças e encantamento
para renascer
e vibrar,
a cada dia!
Eu amo!