CÂNTICO DE ELOQUENTES SILÊNCIOS
Republicação - Poema de 09 de dezembro de 2012
Vai-me tanto por dentro
Tantos mundos
Tanto enlevo tanta dor
Tanto sol tanta lua
Tanta estrela tanto vento
Tanta noite tanto frio
Tanta perda tanto alento
Tanta luz tanta sombra
Tanto medo tanto abrigo
Tanta asa tanta água
Tanto navio tanta âncora
Tanta nuvem tanta chuva
Tanta América
Tanta Europa
Tanta Ásia
Tanta África
Orientes tantos
Tantos desorientes também...
Ficai com
este meu cântico eloquente de silêncios
aceitai-me
com tão múltiplas marés e céus e terras
que eu preciso...
por amor
aceitai
acolhei
o silêncio grávido
deste meu cântico
que precisa de abrigo
do abrigo que eu sempre vos tenho dado
nesta vida sempre gritando muda
com a voz enterrada no ventre
do corpo, do mundo, da alma
acolhei-me
por vosso amor
acolhei-me,
que eu preciso.
Acolhei-me.
Não me deixeis
ao desabrigo de tudo.
Acolhei-me
com vosso amor mais fundo.