PAPEIS BORRADOS
Papeis Borrados
Marcos Bilac
Eu não sei se vou sobreviver mais tempo
Porque a minha guerra não pára mais
E não sei o que faço pra quebrar o teu orgulho
Que desvia do meu querer por você, amor.
Basta te digo sem medo de errar,
Pois já errei tantas vezes tentando acertar,
Mas é como um tiro na escuridão,
Ninguém sabe de onde vem o grito.
Veja meu amor tudo que fiz pra te acordar,
Despertei toda a raiva e ódio das pessoas íntimas,
Mas você não nota essa minha proeza
E preferi me perder em pensamentos brutos.
A tua ira te cega diante do meu amor real
Envenena-te perdendo a visão do amor
Porque tudo que faz agora é se esconder de mim
Fugindo do prazer que o meu amor te provou.
E proibi o encontro do amor a nós,
Pois o amor está gritando tanto
Que até os prantos se secaram,
Provocando um deserto de dores.
Vivo agora tentando tocar em seu coração
Porque estão iguais as pedras petrificadas.
Você deveria abrir os olhos me enxergando longe.
Por favor, meu amor, haja o que houver,
Eu estarei em frente de sua casa te gritando.
Eu te faço nas belas artes conhecidas pelos artistas
E as mais belas pinturas criadas nas mãos do amor,
Pinto-te, te desenho, te recrio... Numa folha, neve.
Amor saiba que estou desenhando na última folha
Todas as lembranças nossas dentro de uma tela
Porque as lágrimas borraram as folhas envelhecidas
Proporcionando papéis borrados e esquecidos.
Embora chegue perto de você toda vez que toco as folhas
E minhas mãos crescem até o teu pensamento
Quebrando todas as portas fechadas
Pra alcançar o teu coração fechado.