As mãos assim...

Minha mão,

doce ilusão que afaga,

fecha a janela,

dá-te um tapa,

alisa o teu peito manso.

Tua mão,

essa verdade que me acaricia,

é quem me conduz embriagado

quando vejo o meu mundo

de cabeça para baixo,

vomitando a ignorância que se desfigura

e diz-me que a rua escura

é o lugar onde mais vejo.

Nossas mãos

carregam-nos juntos para algum lugar

onde nem sei se muito durará

a existir na pele do tempo.