QUEM SABE UM DIA

Não esquecerei jamais

Daquela noite,

A noite que eu temia!

A noite que eu não queria!!

A noite que se findaria

Em promessas de açoites

Ao romper do dia.

Jamais esquecerei

Dos nossos ardentes beijos

E deles guardarei

Um restinho de calor!

Das cicatrizes abertas

No meu peito ferido

Também guardarei

Um restinho de dor.

E quem sabe um dia,

Quando findar-me a existência!

Possas então me perdoar,

Quem sabe

Por alguns instantes

Voltes a adolescência

Em que fomos amantes

E possas ainda

Sobre a laje fria

Um beijo depositar.

Só assim

Poderei então

Em paz descansar.