Eu vou parar de querer você!
Prometo não sair de casa achando que encontrarei você,
essa boba esperança que surgirás como um presente de deus,
na festa mais próxima ou naquela esquina que se perde atrás da minha rua.
Vou parar de buscar-te e por fim matar a ansiedade que
paira no meu peito, encontrar em alguém essa parte
de mim que resta.
E se estiver nascido em outra hora ou se fores um bebê que pede agoniado o peito de sua mãe. Um menino-homem que sequer entende das responsabilidades de crescer, um moleque que ainda joga bola com seus amigos e juntos desdanham dos seus pais.
Vou por fim contentar-me em caminhar só,
com braços balançando ao relento, sem alguém de verdade para toma-los. Com o corpo vazio sem um toque de leve e ao êxtase leva-lo. E continuo caminhando sem ouvir um ‘estou com você’.
Se choro, não transpiro decepção, paira no meu peito a saudade de alguém que não tive. O olhar que ainda não veio o cuidado que ainda não recebi e o amor que ainda não sentir. Esse Adeus já não maltrata, foram vastas as decepções dos sonhos que sonhei só. E caminho ao relento, desta solidão simplória que maltrata. Neste ano por vezes choro, mas não há ninguém para consolar-me;
que dó!
Manoel Rosa