SORTE BANDIDA

Deus meu! Deus meu!

Ela não fala,

Mas em seu olhar

Percebo que aos poucos

A chama do amor

Lentamente a se apagar

Meu Deus!

Como é grande a minha dor!!

Eu sei, ela vai me deixar!!!

Quem me dera

Não fosse assim

Tão depressa

O meu despertar!

Quem me dera

Pudesse ainda,

Mesmo que por piedade!

Que ela tivesse dó de mim

E me deixasse sonhar.

Mas ela

Não tem pena!

E a bandida sorte

De longe me acena

Com promessas de morte!

Se eu não posso

Revogar a lei do destino

Deixa então que ou sofra

Essa angustiosa saudade!

Uma coisa só eu te suplico;

De mim não te ponhas a zombar

Quando ao final da tarde

Encontrares-me a chorar!