ESTRELAS SUICIDAS
Já era madrugada
Quando sua boca ofegante
Ofereceu-me nos lábios,
“Taças repletas de vinho!”
As carícias tão desejadas
Pelos vícios desse amante.
E foi tão puro esse beijo
Que a lua curiosa
Envolveu-se nesse encanto
E descendo lá de cima
Esgueirou-se pelo telhado
Só pra espiar mais de perto.
Até as estrelas brilhantes
Abraçaram-se aos anjos
Mergulhando do infinito
Como luzes suicidas
Sobre a terra escura.
Mais eis que se finda
Dos amantes esse enlevo
E os anjos caídos,
“Ainda por luzes envolvidos!”
Não podem entender os motivos
De existirem sobre a terra
As delícias do paraíso.
E depois de tudo
Os anjos reunidos
Velaram nossos corpos
De amantes desfalecidos
Saciados de desejos.
Em seus lábios menina
Encontro o paraíso.