ATÉ QUANDO?

No silêncio de minha alma, a tua voz,

é tornado mergulhando em dor atroz

no mar revolto dum sonho desfeito!

Nos recifes da saudade a tua ausência,

quais vagas de amargura sem clemência,

vem espocar nas praias do meu peito!

O verde mar me acaricia o coração,

inebriando a minha alma na canção

do vaivém das espumas milenares!

São notas de incontida ansiedade

murmurando , em solfejos de saudade,

os cânticos de amores estrelares !

Cerro os olhos e Minh! alma silencia

para escutar, da eternidade a poesia,

recitando amores de outra era!

E as lágrimas nos olhos, mal versadas,

perguntam entre estrofes espalhadas:

- Até quando estarei a tua espera?

Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 22/09/2005
Reeditado em 16/10/2024
Código do texto: T52863
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