Amor

O amor bateu na porta,

a casa estava vazia

e ele se retraiu.

Mas eis que a porta se abriu

e o amor podendo entrar

bem ligeiro se instalou.

Esse amor atrevido

não teve hora pra chegar

nem tem pressa de partir.

Foi chegando de mansinho

e eu me fazendo de bobo,

mas fico bem esquisito.

Ele de mim se apodera,

veio sem ser convidado

e me deixa bem perplexo.

Mesmo que o amor atropele

querendo furar a fila

percebo que não tem jeito.

O amor é como um doce

que antes não fora provado,

quem o provou lambuzou-se.

Com lápis, carvão ou giz

faço registro do amor

e quase me desconcerto.

E se o amor é um tattoo

gravado à ponta de faca

sempre deixa cicatrizes.

Vindo calmo ou turbulento

me rendo incontinenti

às peraltices do amor.

(fevereiro de 2007)

Genésio dos Santos
Enviado por Genésio dos Santos em 22/06/2015
Código do texto: T5285923
Classificação de conteúdo: seguro