Disfarce

Bacante e Poetisa dividem no

mesmo palco cenas afins.

Ambas colocam a máscara e

protagonizam o espetáculo.

Distante, o Mestre Dissoluto, senhor e

dono de outros desejos, apenas silencia.

E esse silêncio, pautado por longa ausência,

tece seu próprio discurso na memória

de tempos outrora vividos.

O disfarce, metamorfose de outra vida,

não mascara o sentimento.

Metáforas afloram em verso e prosa,

tentando unir fios dispersos no labirinto

das vontades não satisfeitas.

Bacante e Poetisa.

Corpo e alma envoltos em segredos.

Agora, o disfarce, disforme, não consegue

camuflar o que deveras as duas sentem.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 21/06/2015
Código do texto: T5285186
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