Disfarce
Bacante e Poetisa dividem no
mesmo palco cenas afins.
Ambas colocam a máscara e
protagonizam o espetáculo.
Distante, o Mestre Dissoluto, senhor e
dono de outros desejos, apenas silencia.
E esse silêncio, pautado por longa ausência,
tece seu próprio discurso na memória
de tempos outrora vividos.
O disfarce, metamorfose de outra vida,
não mascara o sentimento.
Metáforas afloram em verso e prosa,
tentando unir fios dispersos no labirinto
das vontades não satisfeitas.
Bacante e Poetisa.
Corpo e alma envoltos em segredos.
Agora, o disfarce, disforme, não consegue
camuflar o que deveras as duas sentem.