A TRIGÉSIMA MULHER
REPUBLICAÇÃO – Poema escrito em 2011
Nota. Eu me refiro, a quem pense neste poema como autobiográfico, a alguém que não escreve nem jamais escreveu no Recanto das Letras.
a morte
em cada xícara
a face sem face
da trigésima mulher
árvore ave canção
sussurro das coisas mortas
em vão
a trigésima mulher
a derradeira
estrelas que estalam
noite que se quebra
cai
fragmentos
de nós
a dançar
ao redor de nós
ao redor de nós
as palavras sonhadas
as palavras sagradas
a morte que te quer
esta rival
teu grito
em mim
meu grito
em ti
os tempos de nós
que tento segurar
as xícaras
a porcelana da tarde
a tarde
vaso a se partir
o meu amor
partido
em ti
em ti
em mim
cacos de nós
primeiro homem trigésima mulher
REPUBLICAÇÃO