TEU NOME
A noite era calma,
a quietude dominava minha alma,
e na companhia do céu de um imenso manto escuro,
fui agraciado por um momento de paz.
Assim, tudo começou a fluir,
e por uma consequência feliz,
teu vulto do nada surgiu exatamente
como meu coração sempre quis.
Estendeu-me suas mãos, e,
através de um gesto angelical,
enxugou-me as lágrimas que insitiam cair,
que insistiam atiçar a saudade
que de você sentia.
Nada disse apenas fitou-me,
e como sempre fez
alisou meus cabelos brancos,
e como um leve toque seus dedos
percorreram minha face, e, como que
surpresa pelas rugas encontradas,
parecia indagar se foram prêmios
conquistados por ter amado.
E nesse estado quase real,
oferecido como brinde pela vida,
acabei adormecendo em seus ombros, e,
no aconchego da ternura desse sonho,
despertei chamando o teu nome.