Um certo par
Estou calada,
Transcrevo internamente o que os olhos insistem em cismar.
Talvez, algo profundo, o que nem eu mesma sei ao certo.
Lembro-me de um par de luvas, que de tempo em tempo se aqueciam...
Lembro-me de manhãs anuviadas, tardes ensolaradas,
Dias sem planos, nem ânsias...
De encontrar, de ver sol, ser luar...
Sonho, uma vez e outra, e de repente...
E gradualmente, o que antes fora me toma por dentro.
E eu sorrio,
Como ontem.
Eu canto,
O que se fez.
Eu sonho,
O que amo.
Eu sinto,
Outra vez.
Laíse Costa Oliveira