O menino
Menino encantado,
Extasiado pela vida.
Casado com a razão,
Mas amante do sentimento,
Por que me fascinas assim?
Menino boêmio,
Pura singeleza,
Portador do ‘Carpe Diem’,
Jeito insano,
Por que vives de contrastes?
Menino manhoso,
Que dorme com a erva,
E acorda com o cigarro.
Moleque,
Moleque dos olhos rubros
E boca seca.
Menino capoeirista,
Dos saltos mortais e ‘aus’ sem mãos
Das cabriolas e meia luas
Do pandeiro e do berimbau.
Menino diverso,
Que nas tuas veias corre um sangue eclético,
Que gosta das diferenças, da mistura,
Que gosta do reggae, da bossa, do rock,
Do frevo, do carnaval.
Menino da viola,
Que um luau sem ti não seria luau,
A lua se esconderia atrás das montanhas,
O céu se fecharia,
E as nuvens chorariam de tristeza.
Menino que ama,
Ama a história, a filosofia,
Que se delicia nas páginas dos livros,
Que constrói mundos,
Poeta da vida.
Menino desleixado,
Do andar descompassado,
Das vestes remendadas,
Do cabelo enrolado,
Do sorriso bobo.
Moleque alheio, estranho, anormal.
Menino livre,
Livre como um pássaro,
Vem gozar, vem gozar sem medo,
Goza da vida, que ela goza de ti,
Deixa eu te desfrutar, tirar tua roupa e te amar,
Amar até o mundo acabar.
Menino vem,
Vem cá que eu quero mergulhar nos teus cachos,
Sentir teus lábios doces feito mel,
Acariciar tua pele macia feito algodão,
E sentir teu cheiro, perfume das flores.
Mas menino,
Se não vieres,
Te peço por favor:
Não jogue mais em mim
A magia do teu amor!