Frágil poesia

Claro que vós direis: Amo-te. Que mais caberia a meu peito se não pulsar teu nome? Que sentido haveria uma existência sem tua presença à adornar meus dias, ou que brilho teriam no céu as estrelas sem a mais reluzente delas? Acaso poderíeis imaginar o universo e suas constelações se antes do verbo não existisse tú? Que rimas ousariam formar-se se teu nome não fulgurasse entre os silenciosos sons, suave sinfonia.

Sempre direi Eu te amo a cada suspirar apaixonado, em cada verso de amor rabiscado, em cada olhar perdido no infinito espaço vazio será teus olhos a guiar meus passos.

Negar esse amor é calar do peito a poesia, aborto de sons e rimas que se perderiam, obtusos na imensa vastidão de minha vida antes vazia.

Sim, sempre direi Eu te amo, mesmo quando ausente se fizer distante e eu, enclausurando-me em opacos espaços sem brilho romper do silêncio frágil da alma um som, um verso, tola poesia.

JAlmeida
Enviado por JAlmeida em 15/06/2015
Código do texto: T5278555
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