Não preciso dizer


Não preciso da solidão para dar valor a companhia, não é na solitária que meus pensamentos reconstroem o quebra cabeça  com as  peças que o vento espalhara.
Não preciso de espinho na carne para valorizar a minha sanidade, não é quando estou sofrendo que escrevo coisas que enobrecem como joias raras 
Não preciso da tristeza para valorizar o sorriso  que alegra o semblante,  os momentos de expiação nem sempre significa martírio,  mas sentimento firme, convicção.
Não preciso de isolamento, de casmurrice para falar a sós com meus botões e usufruir toda verdade do meu interior.
Não preciso da lágrima que molha a face,  para esquentar  o meu rosto e me fazer  romântica, sentimental e perscrutar o meu coração. 
Não preciso gemer e sufocar a fala para acalmar a alma quando o telefone toca e do outro lado da linha ouço dizer o seu nome. 
Não preciso adoecer por minha mente estar impregnada de germes  invencíveis que desenham no meu pensamento e no ar a sua face a todo tempo e em qualquer lugar. 
Mas preciso sepultar a amargura para reviver a vida, pois estou cheia de esperança a realizar o sonho da sua presença sem ilusão.  
Mas preciso de empurrão para levantar correndo e  expulsar do âmago o comodismo contido que deseja se manifestar e dizer Não.

Marly Ferreira
Enviado por Marly Ferreira em 13/06/2015
Reeditado em 25/04/2023
Código do texto: T5276131
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