Não preciso dizer
Não preciso da solidão para dar valor a companhia, não é na solitária que meus pensamentos reconstroem o quebra cabeça com as peças que o vento espalhara.
Não preciso de espinho na carne para valorizar a minha sanidade, não é quando estou sofrendo que escrevo coisas que enobrecem como joias raras
Não preciso da tristeza para valorizar o sorriso que alegra o semblante, os momentos de expiação nem sempre significa martírio, mas sentimento firme, convicção.
Não preciso de isolamento, de casmurrice para falar a sós com meus botões e usufruir toda verdade do meu interior.
Não preciso da lágrima que molha a face, para esquentar o meu rosto e me fazer romântica, sentimental e perscrutar o meu coração.
Não preciso gemer e sufocar a fala para acalmar a alma quando o telefone toca e do outro lado da linha ouço dizer o seu nome.
Não preciso adoecer por minha mente estar impregnada de germes invencíveis que desenham no meu pensamento e no ar a sua face a todo tempo e em qualquer lugar.
Mas preciso sepultar a amargura para reviver a vida, pois estou cheia de esperança a realizar o sonho da sua presença sem ilusão.
Mas preciso de empurrão para levantar correndo e expulsar do âmago o comodismo contido que deseja se manifestar e dizer Não.