É ISSO QUE SE CHAMA AMOR!

Sempre que eu estou em teus braços, vejo traços em lineamento, e não esboço nenhum argumento, pois sinto que um vento que me aprisiona com um laço, nesse espaço que se abre em uma frente do tempo que se desfolha, por uma escolha que reflete o nosso compartilhamento, por entre caminhos que nos liberta, e nos aquece com uma coberta de contentamento, essa descoberta de que somos iguais em paixão, e que nos desperta a emoção desse nosso todo entendimento.

Eu sinto que há um amor exarado em teu coração, e essa sensação de paz que te faz adormecer em meu peito, entre os lençóis do nosso leito, afeito a nos aquecer, é como recolher pétalas de uma rosa, com a tua preciosa mão que vem me acolher, e transformar uma aflição, em demonstração de prazer.

Como eu desejo ser o sopro do teu ar, te acalentar até me afogar na tua paixão, e fazer um acordo com o teu coração. Como eu queria mesmo sem asas voar, te arrancar do meu sonho e te tornar realidade, florescer na tua vida com suavidade, e mesmo sabendo que eu não viveria sem a tua companhia, eu urdiria o tempo na tua vacuidade, e te resgataria como minha amante em plena liberdade.

E mesmo quando eu estiver com o meu cabelo todo branqueado, o dourado do sol me iluminará, e me fará aninhar nos teus braços, em um abraço louco e emocionado, afogado nos teus beijos e nos teus gritos em fragor, até no dormir pele a pele implorando o teu calor, para expor as marcas deixadas depois do Amor.

E nesse mar azul do teu atrevimento, no momento em que o suor tempera o nosso corpo feito sal, nesse colóquio confidencial, onde o gosto é posto a contraluz do nosso quarto, esse parto enunciado do nosso complemento, um renovamento do nosso viver, qual a esse ritmo frenético imposto em nosso incitamento. Quero te prover em meu acolhimento, te abastar com sentimento de paixão, enlouquecer com a tua mão em minha mão, rompendo a trégua da nossa quietação, e nos encontrar na vereda do coração.