AUTÓPSIA
Abra-me, sob a mesa deste sonho
Retira de mim, amor em pedaços
Examina os cantos da minh’alma
Pega-me em teus braços
Quando em vida, te amei
Como jamais alguém te amou
De tanto amor adoeci,
Tantos versos escrevi
E de nada adiantou
Hoje sou indigente, retirante
Sob prancha de cedro nobre
De amor, estou muito pobre
Atirado a própria sorte
Como se fosse a morte
Este amor que já foi vida.