Busco-te

Busco-te amada...
Desde o meu nascimento...
Desde que era menino...
Desde que ouvi o sino
Que anunciava no vento
A tua chegada...

Mas não te encontrei...

Fui enganado pelo vento...
Naquele exato momento...
Em que nele acreditei...

E te perdi meu amor...
Talvez jamais a encontrarei...
Descrente de mim mesmo,
Fiquei vagando a esmo,
Num terreno estéril que moldei
Para esconder esta dor...

Mas, numa noite de Luz,
Sem ao menos esperar,
Num sonho bendito e musical, 

Vi o teu belo rosto angelical
E os teus olhos a mirar
Meus sentimentos Nus...

Sentimentos que jamais esconderam...
O amor que sempre nutri por ti...
E contemplei o teu rosto de menina
Que para sempre seria a minha sina
Por tudo o que eu jamais desisti...
Nos desejos que sempre te acolheram...

Amada...
Enfim te encontrei...
Mas,

Qualquer distância que me separe de ti 
Me aborrece...
Me enlouquece...
Me ensurdece!!!

E fico assim
quase que sem vida
Como uma folha seca

Tirada ao vento que me leva sem destino...
Mal tratada... seca e desidratada...
Querendo me agarrar em algo que me segure em ti
Pedindo a seiva que corre pela tua boca
Que não sei se virá ha tempo...
Para curar este desalento...
Que faz calar os meus sentimentos
Que se arrebentam em tormentos
No desespero desatinado de uma voz rouca
Em soluços inundados de lágrimas
Que se derramam pelas minhas ribeiras
Num terreno que levou anos 
Para fertilizar o meu amor por ti...

E hidrato este amor , este carinho
cultivado neste ninho
que por sempre te guardei...
Peço-te,
Meu amor, não me deixe sozinho,
Apareça de mansinho,
E me ame como eu te amei...

Ragazzo