UM OLHAR AMOROSO
Por que não te odeio
se, todos os dias,
invades minha memória?
E eu relembro as festas
nas quais dançavas
como um príncipe hindu.
Por que não te desprezo
se, a cada segundo,
ressurges insanamente?
E me vejo pedindo desculpas
por culpas
sem justificativas.
Não tenho para ti
outro olhar.
Só esse, amoroso.
Cândido olhar de mãe,
de irmã e filha.
Olhar lânguido
de amante plena.
Por que não te esqueço
e sigo os meus dias
em busca de outro olhar?