INVENTOR (Escrita em: Rio de Janeiro, 16 de novembro de 1987)
Eu teria que inventar um dialeto
pra dizer de outra forma inda não dita
que te amo,
pra escrever-lhe de outra forma não escrita
que te quero.
Eu teria que inventar outro universo
pra provar-lhe como é grande o meu amor,
pra mostrar-lhe o infinito do que sinto.
Eu teria que inventar um sentimento,
eu teria que inventar um outro tempo,
eu teria que inventar outro prazer.
Eu teria que inventar outro lamento
pra sentires como sofro sem você.
pra sentires de outra forma não sentida,
eu teria que inventar outro tormento
pra provar-lhe como fico sem te ver...
Pra viver de outra forma não vivida,
eu teria que inventar uma outra vida,
eu teria que inventar outro você,
eu teria que inventar um outro amor,
eu teria que inventar um inventor.
Julio Cesar de Amorim.