Ah! Não fosse a minha razão!
Algumas horas após...
Estou sentado, mas não sei onde estou.
Estou escrevendo, mas não sei o que escrever.
Estou pensado, mas não sei o que pensar.
Estou olhando as paredes, mas não sei o que fazer.
Não tenho lágrimas em meus olhos
Não tenho remorso em meu coração
Não tenho sorriso em meus lábios
Não tenho brilho em meu olhar
Estou estático, olhando para o nada.
Vivendo por viver
Há confusão em meus pensamentos.
A confissão de meus pecados perante mim mesmo me tornou refém
De minhas perdas.
O que eu tinha de maiores riquezas: as Letras e o Amor.
Lancei as Letras fora e perdi o Amor.
Ah! Não fosse a minha Razão, perderia até a minha Vida.
Tu nunca irias entender alguém lançar fora tanta riqueza
Tu dirias que não tem sentido as Letras e o Amor
Acontece que há um caminho sinuoso entre eles.
Quando Um começou, o Outro já havia nascido.
Caminharam juntos, se separaram, mas de repente, o tempo os uniu novamente.
Depois trocaram o Amor pela desconfiança, pelo mistério, pela ausência.
Aí o Ódio e o Amor se confundem muito facilmente, e se aliam.
Deixam então, marcas profundas que nunca mais esqueceremos.
Momentos em que perdemos o rumo, a direção e guardamos a mágoa no coração.
Mas as Letras farão um rescaldo do Amor e o farão renascer mais belo e mais forte, porque o Amor é um sentimento de querer eterno.
E este mesmo Amor será lançado em novas páginas do velho caderno, na troca de e.mails modernos, sussurrado diante de novos olhares apaixonados.