PRISIONEIROS
Quisera ser pássaro,
Sair voando pela
Janela e pousar na
Casa dela.
Estou cativo,
A gaiola é meu abrigo,
Vivo triste e oprimido.
Quisera ser borboleta,
Bater asas toda afoita
E beijar-te a noite inteira.
Querências, minhas,
Tuas.
Somos prisioneiros
E não temos sequer
O brilho da lua.
Resta-nos o dia,
O sol ardente,
Mariposas atônitas,
Perdidas.
Ouça a cigarra,
Ela sempre nos
Avisa,
Hora de apartar-se,
Amanhã é outro dia.
Assim vamos vivendo,
Tu és minha,
De ti sou escravo,
Até que o dia termine.
Cada um tem na vida
Um cativeiro diferente,
Nossa sina,
Amar-nos intensamente,
Até que se abram as
Algemas, a gaiola,
A janela,
Que mantém dois
Amantes ausentes
Da magia noturna.