PRISIONEIROS

Quisera ser pássaro,

Sair voando pela

Janela e pousar na

Casa dela.

Estou cativo,

A gaiola é meu abrigo,

Vivo triste e oprimido.

Quisera ser borboleta,

Bater asas toda afoita

E beijar-te a noite inteira.

Querências, minhas,

Tuas.

Somos prisioneiros

E não temos sequer

O brilho da lua.

Resta-nos o dia,

O sol ardente,

Mariposas atônitas,

Perdidas.

Ouça a cigarra,

Ela sempre nos

Avisa,

Hora de apartar-se,

Amanhã é outro dia.

Assim vamos vivendo,

Tu és minha,

De ti sou escravo,

Até que o dia termine.

Cada um tem na vida

Um cativeiro diferente,

Nossa sina,

Amar-nos intensamente,

Até que se abram as

Algemas, a gaiola,

A janela,

Que mantém dois

Amantes ausentes

Da magia noturna.

Tânia Mara Camargo
Enviado por Tânia Mara Camargo em 14/06/2007
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