Ventos tristes...

Correndo o vento pelas folhas, ululante,

trazendo o cheiro de colméias, frutas, mel

de copas que parecem alcançar o céu,

deixando raízes lá embaixo, tão distantes...

É como fora assim, o coração da gente,

a nossa alma, que em nós, vive cativa,

sopro de luz de uma candeia sempre viva,

só prá fugirmos do escuro tão pungente...

E ao rés do chão as folhas mortas, coloridas,

fazendo lembrar um passado sem sentido

que nesse instante me faz tão amargurada...

Foi outro outono, ou quem sabe, uma outra vida

quando entre teus braços, eu era a mais querida,

e desses ventos tristes, vivia resguardada...