Medos e metáforas...

“Quem teme o sofrimento sofre já aquilo que teme.”

Montaigne, Michel de

Quando eu disse que era amor, tu sorriste;

quando eu falei que o nosso barco estava à

deriva, tu saíste do convés;

quando eu falei que sem

tu minhas noites

ficavam frias, deste de ombros.

E o nosso rio se fez profundo e perigoso,

E a noite ficou doente, parecia morrer...

E essa porta de saída, aonde vai dar?

Será que tu ainda és a mesma pessoa?

Quem te fez hoje tão dona de si? – eu?

Por que te farias libertas de ti mesma?

E os teus lamentos, quem depois ouvirá?

Agora partes assim, sem choro nem velas?

E aquele peso morto sobre as minhas caravelas,

que suportei calado por anos e anos a fio... Por nada?

Se eu te falasse que a noite lá fora é longa;

Tu não conheces mais o caminho da volta,

que tu só possuis o ponto de partida

e que a rosa se desfaz com o vento...

A tua viagem poderá ser dolorida.

E se houver uma pedra no meio

do caminho? E se não existir

mais o caminho?

Antes de partires

repense o nosso

amor. Repense.

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 31/05/2015
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