O Banco da Praça

Uma pena o banco da praça não falar. Ele sabe tanta coisa. Ele vê tanta coisa. Já viu começo de namoro. E fim também. Já viu uma família inteira atrasada para a missa, descer depressa as escadas. Já viu o sorriso de uma menina ao tomar o seu sorvete preferido ao Domingo. Já viu o padre triste, desanimado. Já viu o pecador arrependido. Achou graça quando um bêbado entrou na igreja e logo foi embora. Viu o menino crescer. Dar seu primeiro chute na bola. Viu quando seu pai o ensinava a andar de bicicleta. Viu o seu primeiro tombo e o primeiro beijo também. Já viu casamento, batismo, missa de sétimo dia. Já viu o fiel sair da Igreja, andar 10 metros e se drogar. Viu também o nóia andar 10 metros e mudar de vida. Mas agora, os tempos mudaram. E o banco da praça se sente só. O pai não brinca mais com o filho. O filho não brinca com os amigos. O mundo não é mais como antes. Hoje, ninguém tem tempo a perder, brincando de viver.

Autor: @caio_baldo ✏💭

Caio Baldo
Enviado por Caio Baldo em 29/05/2015
Código do texto: T5259638
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.