É ASSIM O AMOR

Não se mede,

não se conta,

sente-se apenas!

Traduz em toques, tateando,

em versos, coisa de poeta

Em notas de canção, suavemente

Toma emprestado o sussurro do mar

Seu marulhar para falar ao coração

Grita aos quatro cantos

Pra que não seja mais segredo

Murmura ao ouvido, quase gemido

Planta um jardim

aquarela o mundo...

Eterniza um momento

O beijo, num segundo...

Fecha os olhos para o resto

Faz morada na casa do sonho

Põe a alegria nos lábios e na alma

Acelera o coração só de pensar

Cria imagens coloridas

Vive, num piscar, muitas vidas

Faz tudo de uma vez

e o nada muitas vezes

preenche os espaços

É brisa que domina o vendaval

Abre os olhos para o sol

Ao mesmo tempo cobre de nuvens o céu

É a própria razão de viver

Mas pode levar à loucura

Desnuda os conceitos

Deixa o sensato sem jeito

É assim, meio moleque

Meio santo, meio profano

com ele sofre-se muito, às vezes

Mas se falta, a vida fica sem cor

A alma fica muda

Os jardins, sem flor

Se não existe o amor!