DIVINO ROMANCE DAS ROSAS

Vou falar do amor que há em mim.

Um amor sem intensão de vingar nem de acabar,

basta o que há. Um olhar.

Meu amor não é para ser vivido,

é amor só para sonhar

exaltando, de forma mística, devoções alegóricas.

Meu amor é amor de trovador,

inspiração para cantar

loas líricas, invenções de um amar.

Meu amor não pede passagem nesta vida,

não é amor de chegada nem de partida,

não é amor em carne viva,

não é amor para chorar nem para sangrar.

Meu amor é amor romântico,

amor cortês que o Romance das Rosas tematiza.

Cavalheiros medievais... arte de amar...

Galanteios... amantes que nunca chegaram a se tocar.

Meu amor reverencia o amor personificado de forma fictícia.

É amor sem causa, não espera recompensa, só quer versejar

enaltecendo as virtudes de um ser, tornando-o inatingível.

Assim é a comédia do meu amor que não se concretiza,

de tão divino não nasceu para vingar.

Dante Alighieri também amou sem nunca amar.

A bela Beatriz o guiou do inferno ao paraíso com um único olhar.

Será que ela existiu com todas as virtudes que o poeta fez notar?

Olivia Maria Beltrão Gondim
Enviado por Olivia Maria Beltrão Gondim em 27/05/2015
Código do texto: T5257380
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.